quarta-feira, 17 de junho de 2020

Desafio de escrita - "Um caso de inclusão" - por Fabi Sanchez

Olá, caro leitores!

O desafio dessa semana veio bem a calhar, pois há tempos queria contar esta história que aconteceu há alguns anos atrás, e já que o tema é "escreva sobre animais", lá vou eu escrever mais uma crônica.

Nomes para gatos PRETOS - 145 ideias originais e engraçadas

Um caso de inclusão

    Seria uma noite como qualquer outra, após um longo dia de serviço, cansada, não via a hora de chegar em casa, abraçar as crianças, tomar um banho e dormir, mas assim que abro a porta da sala me deparo com meu filho de onze anos com carinha de cachorro abandonado me implorando:
    - Mãe, promete que não vai brigar comigo?
    Espantada e já preocupada:
    - O que aconteceu, menino? Pelo amor de Deus, você está bem? - perguntei olhando para ele e o apalpando para ver se estava inteiro.
    - Mãe, preciso te mostrar uma coisa, mas jura que não briga comigo?
    - Você vai me matar de angústia, o que aconteceu? Me mostre logo de uma vez!
    Ele saiu correndo pelo corredor adentro voltando rapidamente com um volume debaixo da blusa.
    - O que você tem aí, rapazinho?
    - Antes promete que não vai brigar.
    - Tudo bem, não vou brigar, seja lá o que for - respondi a ele já com certo arrependimento.
    Então, debaixo da blusa de seu moletom, me aparece um minúsculo gatinho preto envolto em seu colo.
    -Ah não, outro gato não! Há um mês você trouxe o último dizendo ser seu presente de aniversário, porque você... - Ele me interrompe abruptamente:
    - Mãe, a senhora prometeu que não brigaria.
    Parei já arrependida de ter prometido:
     - Mas filho, já temos 3 gatos e...
    -  Mãe, calma, deixa eu te contar a história. 
    E com todo amor num abraço felino começou a relatar.
    - Eu estava voltando da escola e ouvi vindo do terreno baldio lá no começo da rua um barulho que parecia um miado bem fininho vindo de uma caixa. Fui explorar o que era e quando vi era esse gatinho, mas logo que o reconheci, ouvi um sibilo e há um metro mais pra frente, vi uma cobra chegando pra dar o bote. Rapidamente resgatei o gatinho e o trouxe pra casa.
    - Mas filho, esse é o ciclo da natureza: os mais fortes comem os mais fracos. Se você for salvar toda comida de cobra, você causará um desequilíbrio natural e nossa casa viverá lotada de gatos!
    - Mas mãe, veja só, ele é um caso de inclusão!
    Puxando o gatinho totalmente para fora do zíper da blusa percebi que o bichinho tinha no lugar de umas das pernas de traz, um cotoco.
    Aquilo me emocionou, não pelo caso do cotoco, mas pela atitude do meu moleque. Meu olho se encheu de lágrima, abracei filho e gato:
    - Tá bom, ele fica"
    - Eba!!!!
    - Mas apenas como lar provisório! Vamos fazer um mutirão para que o adotem.
    -Tá bom, obrigado. Hoje ele não vai virar comida de cobra.
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    No dia seguinte, enquanto observávamos como o cotoco era super adaptado ao mundo, pulando de um sofá para o outro e dando várias piruetas no ar caçando um cadarço, divulgamos nas redes sociais a adoção do bichano. Na mesma tarde, uma amiga minha viu a foto e entrou em contato comigo pelo telefone:
     - Oi. Fabiana, esse gatinho preto, é um sem perna?
    - Oi, Daiana, é sim!
    - Esse gatinho é meu! Que bom que você o achou, ele tem 3 irmãozinhos e antes de ontem tive que sair e deixei a mãe com a cria no banheiro, com a janela de cima aberta. Quando voltei, não havia mais nenhum gato no banheiro. Daí achei na rua, em uma caixa, apenas os 3 irmãos dele, pensei que tivesse morrido.
    - Meu Deus, meu menino o encontrou numa caixa jogado na beira da rua aqui no meu bairro, há 6 quilometros de distancia de você. Como tem gente sem coração no mundo.
    - Sim, mas estou tão feliz por tê-lo achado!
    - Amanhã o levo pra você.
    - Obrigada.
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    -Meninos, achei a dona do cotoco.
    Um olhar de tristeza e alegria brilhou no rostinho de cada um dos meus três meninos.
    - Que bom, mãe - disse o Henrique - a pessoa quis adotar?
    - Não, já era dela.
    - E ela reconheceu pelo cotoco?
    - Foi.
    - É um caso de inclusão feliz então!
    - É nada - disse meu filho mais novo - seria feliz se pudessemos incluí-lo em nossa família.
    - Mas enquanto nos lembrarmos dessa história, ele estará incluso em nossas vidas.
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    E assim andamos, adotando, e incluindo os bichinhos em nossas vidas. Hoje temos uma cachorra que estava abandonada  numa gaiola da veterinária e cuidamos de mais dois cachorros que "moram no bairro", três gatas resgatadas de lugares diversos (essas são outras novelas), um jabuti que estava  perdido na rua, oito galinhas e um galo doados e só as 44 codornas que foram compradas... agora estamos olhando para os cantos para vermos se encontramos alguns patos que queiram ser inclusos nessa família de duas pernas, quatro pernas, pelos e penas.


E vocês, tem bichinhos?
Bjks e Boas Leituras!



    




6 comentários:

  1. Respostas
    1. Se eu adotar mais, aqui vira um zoológico, apesar que, realmente adotaremos patos... e vc? Tem algum adotado?

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  2. Pensei que vc iria ficar com o cotoco e mima-lo!
    Que fofo❣️

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  3. Adorei a história, também tenho uma paracida rs,essa foto é do cotoco?

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  4. Não, não é uma foto do cotoco... não tiramos foto do cotoco pois ele ficou apenas 24 horas conosco, não deu tempo...

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