Maio, que mês mais lindo! Mês das mães, das noivas e da minha filhota! 10 anos de muita bagunça.
Só por tudo isso já teria sido um mês feliz, mas as leituras vieram para coroar. Só coisas boas! Vem ver
Casa de Bonecas – Henrik Ibsen
Já conhecia a peça
de teatro homônima mas foi minha estreia na literatura norueguesa de
Ibsen.
Esse dramaturgo escreveu diversas peças e essa é sua grande obra escrita no século
19.
Nora é uma jovem
mãe de 3 filhos, casada com Torvald, um banqueiro que acaba de
receber uma promoção na época do Natal. Ele a provê
financeiramente financiando seus luxos e caprichos e fazendo todas as suas vontades…uma família
quase perfeita.
Mas todo esse
cenário aparentemente normal encobre muitas inconstâncias.
Logo de início
notamos que a personagem Nora é um tanto fútil, irritante...porém,
com o desenrolar da trama notamos que sua frivolidade esconde um
segredo.
O marido de Nora é
extremamente machista e a trata como a uma “boneca” - daí a
relação com o título do livro. Toda a futilidade dela começa a
entrar numa espiral de desespero ao ser confrontada por um credor que vem cobrar uma antiga dívida.
Essa peça de Ibsen
(como outras) chocou as plateias da época por mostrar a verdade de
muitas relações familiares escondidas em uma máscara de
normalidade.
A estória já virou
filme (bastante fiel ao livro) e já virou peça de teatro com
inúmeras adaptações na Noruega e até aqui em terras tupiniquins.
Ana Paula Arósio fez o papel da desesperada Nora aqui no Brasil.
Uma estória cheia
de nuances psicológicas e reviravoltas.
Ainda falando sobre
problemas psicológicos, li um outro livro que vai a fundo nessa
questão
Havia começado,
Quando Nietzsche Chorou em abril, mas finalizei somente em Maio.
Um livro que me
deixou a sensação de que para melhor compreende-lo, deveria ser
lido mais de uma vez.
O grande filósofo
Nietzsche (na época, final do século19, não era conhecido como
hoje) tem além de problemas de saúde, conflitos mentais que o estão
enlouquecendo.
Por intermédio de
uma amiga, ele conhecerá o Dr. Josef Breuer um renomado médico
que usará uma
terapia “alternativa” para tratar seu mais famoso paciente.
A dita terapia, nada
mais era do que um bate-papo. Hoje tão comum, a psicanálise na
época estava apenas começando a ser estudada como uma possibilidade
de tratamento, aliada a hipnose que Nietzsche também estava
desenvolvendo. Nossos psicanalistas eram chamados de “médicos
de angústia” por ele naqueles tempos. Um visionário que só foi compreendido anos
após sua morte. Como ele mesmo dizia, suas ideias nasceram cedo
demais, numa época em que tortura era método de cura para histeria
e outros males.
Não só Nietzsche
mas também o próprio Josef, tinha seus conflitos. E foi com a ajuda
do filósofo que ele enxergou suas falhas.
Todos os personagens
são reais mas não há indicios de que a história tenha se passado
dessa forma como descrita no livro. Mas vale como uma introdução à ciência da psicanálise. E nos mostra um lado muito humano,
demasiadamente humano*, com o perdão do trocadilho, de um grande
filósofo.
O autor, Irvin D.
Yalom, reuniu essas grandes mentes em uma história ficcional
mesclada com a realidade.
Por tambem ser
psiquiatra, o autor imprime um tom de veracidade ao apresentar problemas que poderiam ser enfrentados por qualquer um de nós o que nos faz refletir sobre questões da nossa própria
vida.
Um livro que vale
(quase) por uma consulta
médica
Como dito acima, pra
ser melhor absorvido, o livro deve passar por uma boa releitura. Um
prato cheio para estudantes de psicologia, mas também para o leitor
interessado em uma história muito bem contada, recheado de pérolas
filosóficas como essa:
Por fim, escolhi uma
leitura mais leve para descansar a mente.
Nessa quarentena, a
Amazon tem feito a festa de nós leitores com muitos títulos
gratuitos para leitura no Kindle.
Entre os (muitos)
que baixei, está esse:
O Bracelete Misterioso de Arthur Pepper
O livro começa de
forma melancólica contando a vida de Arthur, um senhor de 69 anos
que fica viuvo após 40 anos de casamento.
Depois de um ano de
luto, ele arregaça as mangas e decide mexer nos pertences de sua
esposa.
No meio de roupas e
fotos, ele encontra um bracelete cheio de belos pingentes.
Intrigado, por nunca
tê-lo visto com sua mulher ele passa a ficar curioso com o artefato
e é ao ver uma belíssima esmeralda incrustada em um elefante que
ele vai buscar saber mais sobre a joia e uma vida que ele não sabia que
sua falecida Miriam viveu.
Ele vai descobrir uma vida anterior de sua esposa que sequer imaginava que ela pudesse ter vivido.
O quanto será que a gente conhece do outro? Ou melhorando a pergunta: o quanto nós permitimos que o outro conheça da gente?
Ás vezes, uma experiência não tão boa faz ver o mundo com outros olhos. Foi isso que fez o personagem chacoalhar sua vida infeliz. De Paris até a India, Arthur conheceu mais de sua esposa e ainda teve a chance de sair do lugar comum e conhecer novas pessoas e lugares.
Ele vai descobrir uma vida anterior de sua esposa que sequer imaginava que ela pudesse ter vivido.
O quanto será que a gente conhece do outro? Ou melhorando a pergunta: o quanto nós permitimos que o outro conheça da gente?
Ás vezes, uma experiência não tão boa faz ver o mundo com outros olhos. Foi isso que fez o personagem chacoalhar sua vida infeliz. De Paris até a India, Arthur conheceu mais de sua esposa e ainda teve a chance de sair do lugar comum e conhecer novas pessoas e lugares.
No fim, fica a mensagem de que nunca é tarde para nos aventurarmos.
Esse é o livro de
estreia da autora inglesa Phaedra Patrick. Procurei mais a respeito
dela e vi que somente esse livro foi traduzido no Brasil.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2bRqpTAO8se8ZQrMNCmTXdyO2-zfSkWhECBKNnCcGrrbKzdlwwgwB9_6lnwdgfAXeIq6LuNnyKoZgjd8tjRyTfHWCevBw7VMLwaszwMqazvz16cpaDQvt1-0sekvHoU3ph6FVXFD_rkE/s320/IMG_20200601_151644430_HDR.jpg)
Uma estória
gostosa, que li super rapido e posso dizer que mais uma capa bonita
me entreteu por horas. Um bom passatempo. Espero que a editora "Fábrica 231" traga outros livros dessa escritora.
Parando aqui para
pensar, parece que todos os livros lidos esse mês tiveram essa carga
psicologica de uma forma ou de outra.
E foi tudo sem
querer ou procurar temas similares. Coincidências da vida. Ou
melhor, coincidências literárias.
Maio, um mês de
boas leituras. Estou pronta para as de Junho e você?
Até a próxima
Lu
@tworeadergirls
@fabipsanchez78
@fabipsanchez78
@cristianeolis78
@culinariaehorta
@leilabookcook
* Humano, demasiadamente humano é o título de um livro de Friedrich Nietzsche
* Humano, demasiadamente humano é o título de um livro de Friedrich Nietzsche
Os dois primeiros tb li e adorei. O terceiro fiquei bem interessada! Resenha ótima, como sempre!
ResponderExcluirQ venha junho!