quinta-feira, 4 de junho de 2020

Desafio de escrita criativa: Seja o personagem do seu livro favorito - por Leila Jacob

Caro leitor,
O desafio dessa semana fez minha imaginação voar longe. Não vou mentir que toda vez que leio um livro me coloco diversas vezes no lugar do personagem me perguntando até o que eu faria naquelas situações, poderia mudar o enredo de vários livros já lidos. E hoje com a ajuda desse desafio farei isso, espero que gostem.


A raiva consumia não só o corpo como a alma de Léa Delmas, a jovem não conseguia acreditar como o mal consumiu sua vida por só uma tarde.
Não bastasse o amor de sua vida anunciar o casamento com a própria prima tola e franzina, o rádio também acabara de comunicar a notícia prevista por todos, a maldita guerra estava por vir.
Léa queria correr, mas ali não era Montillac e muito menos momento apropriado para dar vexame ao seu pai. No salão de festas todos abraçavam Laurent e Camille pelo imprevisto noivado. Tolos. Aquele enlace não duraria por muito tempo, pensava Léa.
Com sutileza a moça saiu do recinto para chorar as mágoas na estufa de Roches-blanches, sentou no chão úmido para chorar por não saber o que o futuro lhe guardava.
Passos pesados a seguiam e lá estava o bruto Tavernier a olhando com dó.
- Não preciso de sua pena, patife! - E realmente ela não precisava, não havia orgulho ali, só falta de conhecimento.
- Ora criança, chora por esse tolo enquanto naquele salão há diversos rapagões atrás da senhorita.
- Sabe que o detesto, não é hora de tentar ser gentil quando nunca se foi!
- Detesta hoje, sim...mas amanhã...
- Espero que a guerra lhe arrebente na primeira batalha, seu patife!
François Tavernier sabia que aquela cena de adolescente mal amada seria por pouco tempo e que Léa um dia cairia em seus braços, saberia essa garota que um dia ela iria viver aventuras ao seu lado?
Ele sim, retornou para buscar a jovem, corajosa e selvagem Léa Delmas com seus dezesseis anos. Ela haveria de continuar a luta.
- Vamos criança, não há tempo pra se perder nessa época.
Léa o encarou com seus olhos violetas cheios de lágrimas e o homem pegou em sua mão e a puxou, a moça sentiu uma tontura e caiu em profundo sono.
Léa acordou em um quarto estranho com móveis diferentes e luzes elétricas fortes, ao seu lado, na cama, estava François. Ela estava confusa mas um flash de memória abriu sua mente.
Fim da guerra, caça aos nazistas, casamento, guerra fria, Cuba, filhos, resistência, mortes, traições e lutas.
Era 2010 e François havia buscado seu corpo jovem em 1939, o filho da mãe havia conseguido.
- Acorde!!! Você conseguiu! Não acredito que conseguiu! - gritava feliz e pulando.
- Mulher, fale mais baixo!!! Mas o que vejo? Uma criança de 87 anos, com corpo de 16.
Léa se lembrou de sua morte, era incrível poder estar de volta, mas era impossível saber quanto iria durar, François estava igual a 1939, porém ainda vivo nas duas eras.
-Onde estão meus filhos?
- Eles não sabem que você está de volta...só a trouxe pra conseguimos cumprir o plano com êxito, sabe que um cadáver e um velho não podem mudar o mundo.
A mulher sabia que o marido estava certo, se aconchegou nos braços dele, ela o amava profundamente.
- Sabe François, eles ficarão de queixo caído...como eles nos chamam mesmo? Comunistas...
- Pode ter certeza, mas não podemos garantir nada ainda...
- Ora não seja um Pati...
- Eu sei, Patife, ainda lhe falta vocabulário mulher.
E os dois riram.


O personagem que escolhi ser foi a Léa, da série de livros "A bicicleta azul". Ela sempre teve um gênio parecido com o meu, mas fazia diversas burradas e esse texto não deixou de fazer mais coisas burras.
Às vezes não se muda a natureza de um grande personagem, ele é o que é.
Nesse livro a autora conta a história de uma jovem que está se descobrindo na época da segunda guerra mundial, sua inocência se quebra aos poucos, até ela se infiltrar na resistência francesa.
E a viagem no tempo... é culpa da Diana Galbardon, lendo seus livros me deu vontade de encaixar viagens pelo tempo em várias histórias.

Espero que tenham gostado, até semana que vem!


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