Minha gente!
Como vocês estão?
Tão geladinhos quanto o Olaf?
Embora eu esteja em outro pólo, sempre acompanho notícias
de além-mar e vi o quão frias algumas partes do Brasil ficaram!
Até a Elsa teria se sentido em casa se tivesse passado o
primeiro final de semana de Julho em SP ou, se quisesse ser mais radical, no
RS!
E já que comecei dando exemplo de personagens de filmes,
quem já viu cenas de algum filme ou documentário que se passasse na Rússia
deve, obviamente, ter notado que o frio por ali não dá trégua.
Toda aquela paisagem linda, que mais parece ser uma
pintura, cobra um preço para que os espectadores possam usufruir de sua beleza:
meses e meses de um inverno que parece não ter fim.
Bem, aí você deve ter pensado: mas frio combina com
leitura.
Um bom livro, uma caneca generosa de chocolate quente e lá
vamos nós.
Você acha que dias frios dão mais motivação para nos
dedicarmos à leitura?
Certa vez alguém me disse que regiões frias tem uma
porcentagem maior de leitores. Será mesmo?
A Rússia é um exemplo de lugar propício para alguém se
dedicar à leitura, então.
A dureza do inverno russo é lendária e seus escritores e
poetas revelam sua beleza e romanticismo em novelas clássicas, contos e poesia.
Cada estação do ano inspira, à seu próprio modo, escritores
e poetas.
Mas parece que o
inverno russo teve um efeito único em algumas obras literárias : o silêncio
tilintante, o brilho da neve, os sinos de uma troika, o ranger das pás e o som
crocante das pisadas - quase todo clássico russo descreveu esses elementos.
Os russos parecem amar seu inverno! Há quem diga que as
nevascas, as tempestades de neve, o frio voraz - compôs a disposição de
espírito nacional russa, tornando-a mais forte e completa.
O mestre da descrição de paisagens, Ivan Turguêniev, também
não resistia à beleza do inverno russo.
Eis aqui um trecho de uma das obras de Turguêniev, Pais e
Filhos:
“Passaram-se seis meses. O branco inverno instalou a cruel
imobilidade das geadas sem nuvens, com sua neve crocante, o gelo róseo sobre as
árvores, o céu de uma cor esmeralda esmaecida, a grinalda de fumaça se
enrolando sobre as chaminés, o vapor emergindo das portas momentaneamente
abertas, com aqueles rostos frescos que pareciam mordidos pelo frio; a noite
fria penetrava aguda pelo ar sem movimento, e o por do sol brilhante esmorecia
rapidamente."
Confesso que não li muitos clássicos russos. Talvez por ter
me faltado mais curiosidade e empenho, porém, um que li e recomendo bastante é
Anna Karenina, de Lev (ou Leo) Tolstoy.
Essa obra sempre ficou marcada em minha memória porque a
forma como tudo era descrito e mais a dramaticidade das situações me fizeram
parar e refletir, por vários momentos, sobre as dificuldades de se viver num
lugar com um inverno tão rigoroso.
Deixo aqui uma pequena passagem da obra:
“A tempestade veloz arremetia assobiando entre as rodas dos
vagões, em torno dos andaimes, e na curva da esquina da estação. Os vagões,
postes, pessoas, tudo o que podia ser visto estava coberto de neve de um lado e
estava ficando cada vez mais e mais densamente coberto. Por um momento, viria
uma bonança na tempestade, mas então ela seria assolada novamente com tais
golpes que parecia impossível se colocar contra.
E agarrando-se à batente gelada, ela escalou os degraus e
chegou rapidamente ao corredor do vagão.”
Como se não bastasse a história dramática, ainda tem todo
esse frio pouco amigável oriundo do pólo norte.
Brrrrrrrrr!
Haja coração!
E o que você acha?
Literatura russa e inverno rigoroso: combinação perfeita?
O que você está lendo neste inverno?
Até a próxima e mantenham-se quentinhos!
Cris
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Não sei vocês, mas no inverno meus neurônios se põe a funcionar de forma vertiginosa. Penso, penso, penso penso pensopensopenso...
No inverno as pessoas parecem mais solícitas umas com as outras, mais tolerantes, menos falantes, escutam-se mais, e por essa razão, o frio tanto faz e me vem uma necessidade de aproximação, de uma boa conversa ao pé da fogueira regada a quentão.
Sei que nem todos são predispostos as mesmas sensações que as minhas, mas Leminski as tinha.
Essa necessidade de ritmar e amar o que se há do nada que se viu no frio.
Sintam o inverno aquecido em seu interno pelas palavras de seu poema "4 poemas de inverno."
Fabi Sanchez
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Inverno me lembra chuva, frio e aconchego. Momento propício para se
enrolar nos cobertores e curtir uma sessão da tarde, mas não de
filmes e sim, de livros. Com um chá ou cafezinho – sou da turma do
café – inverno é ótimo para curtir dias preguiçosos.
E nesses dias, busco
leituras mais leves, engraçadas, que tirem o cinza dos meus dias.
Quem me conhece sabe que detesto inverno.
Deixo alguns
exemplos de livros que você não vai querer largar até terminar a
estória:
A vida do livreiro A
J Friky - Gabrielle Zevin
Um livreiro mau-humorado e solitário vai receber uma nova chance na vida após uma tragédia pessoal. Cheio de referências a outras obras, esse livro curtinho é o tipo de romance que prenderá qualquer apaixonado pelos livros.
Pequenas Grandes
Mentiras - Liane Moriarty
Liane Moriarty é a Agatha Christie do século 21. Mas ao contrário da rainha do crime, Liane vai envolver o leitor em um suspense onde ninguém é o que parece. Ás vezes o inimigo pode ser aquela pessoa que convive docemente ao seu lado e a gente nem imagina o quão escuro o ser humano pode ser.
Agora, se você deseja uma
aventura de peso, acredito que essa seja a melhor época para
mergulhar em séries:
O senhor do Anéis - J. R. R. Tolkien
Coração de Tinta - Cornelia Funke
Harry Potter - J. K. Rowling
Estou inclusive lendo Harry Potter e o Enigma do Príncipe nessas férias!
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Embaixo das cobertas, é claro! |
Independente do gênero escolhido, desejo ´à você um inverno cheio de boas estórias a contar.
Lu Rabello
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