domingo, 31 de maio de 2015

Vamos tirar uma selfie, ou um selfie?

Com a onda de fotos digitais pra todos os lados, é comum o pedido de tirar "um" selfie a todo momento.
Esse estrangerismos vem do inglês self-portrait, que significa autorretrato, portanto, para começar, você só poderá tirar uma selfie de si próprio, e nunca de outros. Em segundo, a palavra inglesa é do gênero neutro, portanto, ao transformar-se num estrangeirismo português, toda palavra de outra língua de genero neutro, torna-se masculino em português. Concluindo, o correto é falar: Vamos tirar um selfie?
Saiba mais no blog do Aldo Bizzocchi
http://revistalingua.com.br/textos/blog-abizzocchi/o-genero-da-palavra-selfie-335235-1.asp

Aula de inglês: My Home

Aula de inglês desta semana para o quarto e terceiro ano:


el vocabulario de la casa en inglés

A Linguagem Interna

A linguagem interna

O sono sumiu. Lá fora a janela ainda mostrava as luzes das ruas brilhantes, margeadas de pequenas casas apagadas morro acima.
Como iluminar aquilo que eu gostaria que as pessoas compreendessem?
Como me fazer entender?
Como achar a sabedoria? E se pra mim a busca pela sabedoria é tão importante, por que não é também para os que amo? Por que se incomodam com a busca? Por que me ferem?
Sim: é a não comunicação.
E afirmei.
Pontos finais duros e definitivos. E então fez-se as reticências...
O cheiro de pão fresco entrou brandamente pela janela, casando-se com a luz do abajur...
E nesse momento vi o pão fermentando dentro do forno e ouvi os passos ágeis dos elfos de Hogwards trabalhando para sustentar toda uma humanidade que despertaria em breve.
A linguagem estrelar falava dentro de mim, eu me entendia lembrando das confusões feitas por Puck naquela antiga floresta numa noite de verão...
A ceia de Da Vinci multiplicava-se em milhões de bibliotecas humanas fartas e famintas com o cheiro do pão...
Não apenas as sete faces gauches, mas todas as máscaras duras caíam e transformavam-se em borboletas que se colavam por dentro de minha face, de diversos tamanhos, de diversas cores...
E no meio da rua, no meio do redomoinho, não era o tinhoso ou o saci que giravam, mas sim minhas palavras de definição... de comunicação... de explicação...
E então o celular tocou.
E os relógios de Dali se fundiram... Eram as últimas reticências que se iam junto com as últimas horas da madrugada.
É preciso levantar e ir à padaria.

(29/08/2015)

Países que falam português

Empolgada pela Kizomba da última postagem ( Kizomba sempre me empolga), achei por bem deixar registrado quais os países que falam português pelo mundo afora.

Brasil com uma média de 202.656.788 falantes.
Moçambique com uma média de 24.692.144 falantes.
Angola com uma média de 24.300.000 falantes.
Portugal com uma média de 10.813.834 falantes.
Guiné-Bissau com uma média de 1.193.398 falantes.
Timor-leste com uma média de 1.201.542 falantes.
Guiné Equatorial com uma média de 722.254 falantes.
Macau com uma média de 587.914 falantes.
Cabo Verde com uma média de 538.535 falantes.
São Tomé e Príncipe com uma média de 190.428 falantes.
Totalizando uma média de 267.386.837* falantes de língua portuguesa espalhados pelo mundo, com seus diferentes sotaques e influencias regionais.

Apesar de todos nós falarmos a mesma língua, muito muda de uma cultura para outra. Aqui no Brasil, por exemplo, extinguiu-se o uso da segunda pessoa do discurso, sendo trocado pelo pronome de tratamento "você" com a conjugação verbal em terceira pessoa, e isto é um fenomêno que dá-se apenas aqui, pois os outros países usam tranquilamente a segunda pessoa (tu).
Isso sem contar as palavras com influência de outras línguas. Se por acaso você for a Portugal ou a Angola e pedir para que eles parem de nhemnhemnhem, ninguém vai te entender, pois nhenhemnhem, tem origem do verbo tupi nhe´eng, que quer dizer falar, e como os outros países falantes da língua não tiveram influência tupi, não irão te entender nunca!
A línguia é uma manifestação cultural maravilhosa pois é mutante; e é no popular, no meio do povo e nas manifestações mais simples que ela se transforma. Os dicionários e as gramáticas servem pra apreender o inapreensível, por isso gosto da fala do povo com seus invensionísmos...

* pesquisa em Wikipédia em 30/05/2015

Kizomba

Em minha adolescência ia muito numa danceteria chamada Reggae Night, onde tinha suas noites abertas por Zouk, e aquele ritmo, aquela dança de corpos grudados, me levavam pra outros universos. Mas no zouk, o que mais me chamava a atenção era o zouk love, que tinha uma "pegada" mais romântica, num ritmo mais devagar e sensual. 
Pra quem não sabe, o Zouk é um ritmo criado no Caribe, com grande influência de ritmos africanos, cantado, basicamente em frânces, já que surgiu nas colonias francesas.
Descobri há um ano a Kizomba, que apesar de ter surgido nos anos 80, assim como o zouk, só me caiu no colo esses dias. Diferente do zouk, surgiu em Angola, muito semelhante ao zouk love, só que suas letras são em português, acho que por isso que me apaixonei por esse ritmo, e tanto no rádio do carro quanto no computador, só tem tocado kizomba. 
Resolvi postar uma de minhas canções favoritas de kizomba "Jajão" de Master Jack. 
Apesar de ser em português, já que em Angola, por ter sido colonizada também por Portugal, se fala português, gostaria de destacar algumas diferenças tanto de sotaque, quanto de vocabulário, quanto de sintaxe.
O próprio título já é um termo desconhecido no Brasil pois tem origem totalmente angolana da palavra "calão", "mentira".
Outra coisa de se perceber é a estrutura do verso "E o que faço eu" onde sintaticamente desestruturado diante da norma, mostra o não saber fazer do eu-lírico em destaque do próprio eu.
O sotaque é um espetáculo a parte. Só escutando para entender, portanto, ouça e saia dançando e cantando...

Jajão 

Era só Jajão 
Quando tu dizias que eu sou teu único amor baby 
Era só Jajão 
Quando tu dizias que serias sempre a minha baby 
Era só Jajão 
Tu dizias que me morres que me adoras baby 
Era só Jajão 
Quando tu dizias para pedir a tua mão 

E o que faço eu se não tenho o teu carinho 
E o que faço eu se não tenho o teu beijinho 
E o que faço eu se não tenho a onde eu te encontrar 
E o que faço eu se não tenho a onde reclamar 

Me diz porquê pelo amor de deus 
Sabes que eu amava-te de coração 
Eu não mereço, eu não mereço! 

Foi muito pior que bala de canhão 
De princesa para rainha do Jajão 
Eu não mereço, eu não mereço! 
Juro eu não mereço baby 
Não, eu não. 

Eu juro, eu não entendo baby 
Parece coisa do outro mundo sweet 
E se for vodu, quebra esse feitiço 
Eu quero a minha bo 

(porque eu amo) 
Amo demais essa mulher 
(amo) 
Me diz que posso fazer 

E o que faço eu se não tenho o teu carinho 
E o que faço eu se não tenho o teu beijinho 
E o que faço eu se não tenho a onde eu te encontrar 
E o que faço eu, diz-me onde reclamar 

Me diz porquê pelo amor de deus 
Sabes que eu amava-te de coração 
Eu não mereço, eu não mereço! 

Foi muito pior que bala de canhão 
De princesa para rainha do Jajão 
Eu não mereço, eu não mereço! 

Me diz porquê pelo amor de deus 
Sabes que eu amava-te de coração 
Eu não mereço, eu não mereço! 

Foi muito pior que bala de canhão 
De princesa para rainha do Jajão 
Eu não mereço, eu não mereço! 
Juro eu não mereço! 

Me diz porquê pelo amor de deus 
Sabes que eu amava-te de coração 
Eu não mereço, eu não mereço! 

Foi muito pior que bala de canhão 
De princesa para rainha do Jajão 
Eu não mereço, eu não mereço! 

Me diz porquê pelo amor de deus 
Sabes que eu amava-te de coração 
Eu não mereço, eu não mereço! 

Foi muito pior que bala de canhão 
De princesa para rainha do Jajão 
Eu não mereço, eu não mereço! 


https://www.youtube.com/watch?v=vMgp904a3nc

Clarice, uma vida que se conta

Geralmente acho as biografias chatas, desinteressantes, saber da vida dos outros sempre nos leva a um tom de fofoca, pois percebemos que muito é parecido com nossas vidinhas bestas, portanto, acabamos por ler biografias só pela confirmação da vidinha besta que todos temos...
Mas ler Clarice é ler o íntimo, é ler o âmago... e a vida  de Clarisse foi assim... intenso pensamento, intensa dor de viver. Ler a vida de Clarice é quase o mesmo que ler sua obra... é profundo.
Nadia Gotlib foi muito sensível em destacar essa profundidade e essa dor de viver nessa biografia.
A autora mostra que conforme passavam-se os anos na história contada de forma linear, a agonia das não respostas e a chegada da morte causa no mínimo angústia, sentimento que é revelado em sua última obra "Um sopro de vida". Obra extremamente complexa, atemporal e antiespacial, porem, motivo de outra resenha. O sentimento contagia o leitor que ao terminar o livro, sente morrer um pedaço de si próprio.
Sou meio suspeita pra falar sobre Clarice, e sempre quero contagiar a todos com sua inteligencia, portanto, junto com esta pequena resenha, deixo também a lista de obras dessa fantástica autora.

Romances:
Perto do Coração Selvagem, RJ, A Noite, 1944.
Lustre, RJ, Agir, 1946.
A Cidade Sitiada, A Noite, 1949.
A Maçã no Escuro, RJ, Francisco Alves, 1961.
A Paixão Segundo G.H., RJ, Francisco Alves, 1964.
Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, RJ, Sabiá, 1969.
A Hora da Estrela, RJ, José Olympio, 1977.

Contos e crônicas:
Laços de Família, RJ, Francisco Alves, 1960.
A Legião Estrangeira, RJ, Ed. do Autor, 1964.
Felicidade Clandestina, RJ, Sabiá, 1971.
A Imitação da Rosa, RJ, Artenova, 1973.
A Via-Crucis do Corpo, RJ, Artenova, 1974.
A Bela e a Fera, RJ, Nova Fronteira, 1979.

Literatura infantil:
Mistério do Coelho Pensante, RJ, J. Álvaro, 1967.
A Vida Íntima de Laura, RJ, Sabiá, 1974.
A Mulher que Matou os Peixes, RJ, Sabiá, 1969.
Quase de Verdade, RJ, Rocco, 1978.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Adjetivos pátrios

Uma das aulas de hoje foi sobre adjetivos pátrios brasileiros e latinos.
Pra conhecimento geral, lá vai a lista de adjetivos pátrios:

Adjetivos pátrios dos estados brasileiros

  • Acre – acriano ou acreano
  • Alagoas – alagoano ou alagoense
  • Amapá – amapaense
  • Amazonas – amazonense
  • Bahia – baiano ou baiense
  • Ceará – cearense
  • Distrito Federal – brasiliense
  • Espírito Santo – espírito-santense ou capixaba
  • Goiás – goiano
  • Maranhão – maranhense ou maranhão
  • Mato Grosso – mato-grossense
  • Mato Grosso do Sul – mato-grossense-do-sul ou sul-mato-grossense
  • Minas Gerais – mineiro ou geralista
  • Pará – paraense, paroara ou parauara
  • Paraíba – paraibano
  • Paraná – paranaense, paranista ou tingui
  • Pernambuco – pernambucano
  • Piauí – piauiense ou piauizeiro
  • Rio de Janeiro – fluminense
  • Rio Grande do Norte – rio-grandense-do-norte, norte-rio-grandense ou potiguar
  • Rio Grande do Sul – rio-grandense-do-sul, sul-rio-grandense ou gaúcho
  • Rondônia – rondoniense ou rondoniano
  • Roraima – roraimense
  • Santa Catarina – catarinense, santa-catarinense, catarineta ou barriga-verde
  • São Paulo – paulista ou bandeirante
  • Sergipe – sergipano ou sergipense
  • Tocantins – tocantinense
Adjetivos pátrios da América Latina

* Guiana - guianense ou guianês
* Suriname - surinamense ou surinamês
* Venezuela - venezuelano
* Colômbia - colombiano
* Equador - equatoriano
* Peru - peruano
* Bolívia - boliviano
* Chile - chileno
* Paraguai - paraguaio
* Argentina - argentino
* Uruguai - uruguaio
* Brasil



Coleção Vaga- Lume

E quem na adolescência nunca leu ao menos um título da Coleção Vaga-Lume?
O meu favorito é "A ilha Perdida" de Maria José Dupré, na verdade é um livro que tenho como uma das minhas mais antigas recordações de leitura.
Para a alegria de muitos leitores, a Editora Ática continua publicando essa Coleção, onde temos diversas obras de Marcos Rey (Sozinha no Mundo, Corrida Infernal, Um Cadáver Ouve Rádio, Quem Manda em Mim já Morreu...) e Luiz Puntel ( Um leão em família, Meninos sem pátria...)
Tenho alguns alunos que são apaixonados pela ColeçãoVaga-Lume e para alegria deles, acabamos de ganhar 3 novos volumes para nossa "Biblioteca móvel", cortesia do aluno Maikon do 6o. ano A.
Os títulos são:

"Sozinha no mundo"
Marcos Rey
Editora Ática
páginas:126

"Corrida Infernal"
Marcos Rey
Editora Ática
páginas 117

"Os Barcos de Papel"
José Maviael MOnteiro
Editora Ática
páginas:79

Obrigada, Maikon e boa leitura a todos!





Produções poéticas do 7o. ano e 8a. série

Após a aula de interpretação musical no 7o. ano e na 8a. série com a música "A canção tocou na hora errada", da Ana Carolina, a proposta foi produzir um poema de amor.
Tenho que dizer que quando o tema é amor, a inspiração se faz presente na galerinha, e foi difícil escolher os 3 melhores, portanto, parabéns a todos os alunos, inclusive aos que fizeram e não tiveram seus poemas publicados, mas então, aí vão os escolhidos:

Tenho medo de te amar

Pode ser filosofia
Pode ser pedagogia
Pode ser uma mania,
Mas não é nada disso,
É um desejo que vicia

Quando o sol se pôr
Mostrarei que sem você
A noite fica escura
Quando você se for
Ficarei chorando com amargura.

Gostaria de ter tempo,
Para te dizer e te explicar
Tudo aquilo que você não sabe
E tenho medo de te falar.

(Cecilya 7o. ano)

Contemplando

Fiquei te esperando
Você veio ao meu encontro
Me abraçou fortemente
Me deu um sorriso contente.
Mas fiquei triste
Quando acordei do meu sonho
Contemplando
Porque na realidade
Isto não é verdade
Eu chorei de saudade
Minha vida em você
É igual a um menestreu sem poesia
Porque você não contempla
A minha vinda
Estou feliz por vir
Mas triste por ver você partir
E levar junto consigo
Tudo de bom que aconteceu comigo.

(Julia Ribeiro 7o. ano)

A reação é você

Pra uma pintura, um esboço.
Pra um esboço, uma motivação.
Pra uma motivação, um desejo.
Pra um desejo, um sentimento.
Pra um sentimento, só uma coisa:
Você!

(Matheus Zanelli 8a. série)


História em quadrinhos: Dicas de livros, passeios e pessoas.

Ler História em Quadrinhos já é muito prazeroso, mas entrar no mundo da Histórias em Quadrinhos é muito mais. Descobrir como é feito, quais as técnicas, conhecer os Quadrinhos que não são tão famosos aqui no Brasil, visitar lugares relacionados a esse tipo de tema, conversar com pessoas que editam, desenham ou escrevem o gênero... Tudo isso é muito possível, e aqui deixo algumas dicas bem particulares de como fazer tudo isso.

* Pessoas:

O Rafael é um velho amigo, estudamos juntos no colegial, e desde aquela época suas caricaturas da sala de aula e dos professores já se destacavam. Hoje ele é um cartunista maravilhosos! Conheçam um pouquinho do trabalho dele no perfil do facebook e em seu site.

http://www.fabricacartoon.com.br/
https://www.facebook.com/rafael.sanches.52?fref=ts

* Lugares em SP:

Gibiteca Henfil, no Centro Cultural Vergueiro
Rua Vergueiro, 1000
tel (11) 3062-3822
http://www.centrocultural.sp.gov.br/

Comix Book Shop
Alameda Jaú, 1998
tel (11) 5067-1836
http://www.comix.com.br/distinction.php

Fábrica de Quadrinhos
Avenida 9 de Julho, 3265
tel (11) 3884-8867
http://www.fabrica.art.br/

* Para quem quer ler sobre:

"O mundo das histórias em quadrinhos"
Leila Rentroia Ianonne e Roberto Antonio Ianonne
Editora Moderna

"Como fazer historias em quadrinhos"
Juan Acevedo
Editora Global

"Quadrinhos em ação - Um século de história"
Mario Feijó
Moderna

"Como desenhar cartuns"
Peter Maddocks
Melhoramentos

Poema de Sete Faces (Drummond) declamação de Villaça

Essa poesia é um marco na minha vida, esse professor então, lembro-me como hoje das aulas interpretativas Do Villaça sobre Drummond.
 E Drummond, então.... Ah, Drummond, que pena que nosso tempo apenas se encontra no tempo e no espaço da literatura, ah, se nos encontrássemos corporalmente, e não apenas mentalmente... tempo e espaço ingratos, que  me trazem o maior prazer em encontrar Drummond e a maior decepção em não encontrá-lo!

Poema de Sete Faces

Carlos Drummond de Andrade

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Haicai e diário na Biblioteca móvel

Há 3 anos que desenvolvo na EMEFEI "Orlando Julio Guimaraes" o projeto 'Biblioteca móvel". Esta biblioteca consiste em duas caixas de feira e atualmente, 330 livros, sendo muitos comprados por mim e outros tantos doados por amigos; hoje, a biblioteca se alimenta da doação dos próprios alunos que já se habituaram a todas as segundas terem aula de leitura e todo final de mês apresentar sua resenha oralmente e entregá-la manuscrita.
O processo cultural é algo a médio e longo prazo, e já vejo ótimos e bons frutos desse projeto. 
Um pequeno exemplo desses frutos ocorreu hoje, quando, com muita alegria, recebemos dois novos volumes para nossa biblioteca do meu aluno Gabriel, do 7o. ano. Obrigada, Gabriel!
Ainda não os li, mas um dos títulos é uma coletânea de haicais, que para quem não conhece são pequenos poemas originados no Japão, de apenas 3 versos. Separei alguns só para dar o gostinho...
UM FILÓSOFO

Um velho coqueiro 
- interrogativamente -
mira-se no brejo  

(Oldegar Vieira)

POEMA EFEMÉRICO

Viva o Brasil
Onde o ano inteiro
É primeiro de abril.

(Millôr Fernandes)

Fica a dica de leitura dos dois livros que podem ser emprestados em nossa Biblioteca Móvel:

 "Boa companhia: Haicai"
Rodolfo Witzig Guttila
Companhia das Letras
páginas:189

"Diário de um adolescente Hipocondríaco"
Aidan Macfarlane e Ann Mcpherson
Editora 34
páginas:174



terça-feira, 26 de maio de 2015

Onde me encontrar na internet

E para quem quiser me achar em outros lugares na internet:

https://www.facebook.com/fabiana.perezsanchez.5

https://plus.google.com/+Portugu%C3%AAseLiteraturaFabianaPerezSanchez/about

http://www.orelhadelivro.com.br/biblioteca/fabiana-perez-sanchez/ja-li/

https://www.skoob.com.br/usuario/2450019-fabianaperez#_=_

E o resultado da aula introdutória à poesia:

E o resultado da aula introdutória à poesia:

Antes de falar sobre a aula, é importante ressaltar que o sétimo ano é uma sala , digamos, agitada, namoradeira e fã do mais baixo funk nacional. Portanto, a música "A canção tocou na hora errada" da Ana Carolina foi escolhida a dedo, e para a minha alegria, foi muito bem aceita!!!
Também filmei-os cantando na sala, no momento da apreciação musical, mas como ainda não estão acostumados à filmadora, muitos se esconderam debaixo de seus capuzes, nas golas das blusas ou atrás de seus braços cruzados. Disse à eles que não os postaria no blog para que não pagassem mico, mas que da próxima vez iria divulgar a filmagem mesmo assim.
Então postarei apenas a lousa, toda rabiscada, com as metáforas circuladas e as conotações em destaque, exposição e interpretação feita: Ana Carolina, vc me deve uma por te trazer alguns admiradores.

Arte Espontânea

Ontem conheci Roberto Rugiero, pessoa muito inteligente e de grande conhecimento de arte espontânea, a qual muitos conhecem pelo vulgo arte naif. Espero que nossos laços se estreitem e consigamos fazer grandes parcerias... Grande abraço!
Deixo a dica de visita à Galeria Brasiliana, situada na Rua Cardoso de Almeida,1297

www.galeriabrasiliana.com.br

Livros de pintar

Sobre os "livros" de pintar:

Sabemos que a Faber Castell, a Bic, e outras marcas estão felicíssimas com essa onda capital de "pintação" em massa, sem contar as editoras dos títulos. Sabe-se também que há uma corrente de pseudo pensadores menosprezando os pobres "livros", dizendo que eles são nada mais, nada menos, do que a causando a desvalorização da literatura!
Mas calma lá! Quem disse que livro tem que ser literatura? A palavra "livro" incomoda muito? Quer chamar de apostila ou caderno de atividades? Tudo bem!!! 
A ideia dos livros de pintar, no meu ponto de vista, ou seja, do ponto de vista da consumidora que vai pintar os livros, é que ele funciona tão bem quanto meu quebra-cabeça de 5000 peças, minhas revistas de ponto cruz (juntamente com meus retalhos de etamine e meadas de linhas coloridas e agulhas de muitas larguras), ou esse blog, ou meu caderno de escritos, ou até mesmo minhas leituras água com açúcar de que tanto gosto: distanciar do mundo de mazelas e buscar a minha "Passárgada" interna, que muitas vezes encontro sozinha, com meus filhos, ou com meu esposo, em casa, ou num parque, ou tomando cerveja, ou ouvindo uma música, ou seja, esses livros, pra mim, tem a função do prazer, tão quanto o prazer que me dá literatura.
O prazer é algo comprável? Não! O que me adianta ter o tal livro, os lápis e não ter prazer por aquilo que se faz, ou com quem se faz? Portanto, podem falar o que quiser, mas antes, deem-me licença, pois vou aproveitar meu presente com minha caixa de 48 cores e minha família.

"As cores da floresta"
Anton Potier e Ben Potter
Ciranda Cultural
Adicionar legenda



Introdução à poesia 7o. ano

E para introdução à poesia para a aula do 7o. ano de amanhã:

A canção tocou na hora errada

A canção tocou na hora errada, 
E eu que pensei que eu sabia tudo
Mas se é você eu não sei nada, 
Quando ouvi a canção, era madrugada
Eu vi você, até senti tua mão e achei até que me caia bem como uma luva
Mas veio a chuva e ficou tudo tão desigual
A canção tocou no rádio agora, mas você não 
pode ouvir por causa do temporal,
Mas guardei tuas cartas com letras de fôrma
Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora
Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora
A canção tocou na hora errada, 
Mas não tem nada não, eu até lembrei das rosas que dão no inverno (2X)
Mas guardei tuas cartas com letras de fôrma
Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora
Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora
A canção tocou na hora errada, mas não tem nada não, eu até
lembrei das rosas que dão no inverno
Mas guardei tuas cartas com letras de fôrma
Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora
Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora (4X)


Filosofia e revolta

Sempre soube que a filosofia tem a função da desinquietação, do questionamento, e da não satisfação ou acomodação por aquilo que já existe, mas o que Luíz Felipe Pondé está fazendo comigo, já é abuso! Pense numa pessoa indignada com um livro... pois é, sou eu!




Guia politicamente incorreto da filosofia: ensaio da ironia



"Guia Politicamente incorreto da filosofia: ensaio da ironia" de Luiz Felipe Pondé pela editora Leya. 223 páginas



Poesia concreta


E preparando provas, caem em minhas mãos um gênero que amo e logo estudarei com o 7o. ano: poesia concreta:


Fazendo meu filme 1

"Fazendo meu filme 1"

Como é bom ler por pura higiene mental! Um livro que não precise de grandes filosofias para ser entendido: às vezes isso é necessário!

"Fazendo meu filme" é um típico livro destinado às adolescentes, e as atinge em cheio, não apenas pela identificação do enredo, como também pelo gênero diário teen, que é algo muito vendável, tornando-se uma leitura fácil e rápida, fazendo com que o leitor logo queira comprar o próximo livro da saga.

Algo que me incomodou, assim como em outros livros do gênero, é que o enredo passa-se numa situação onde a protagonista vive um estilo de vida voltado a um público muito limitado, ou seja, a classe média alta (já que Fani, a protagonista, estuda em escola particular, frequenta academia, tem aulas particulares de física e inglês, foi, num único ano, 47 vezes ao cinema...). Tudo bem que essa classe social será a que mais irá comprar livros devido o poder aquisitivo; mas me parece injusto fazer crer às jovens, num geral, que os finais felizes se dão apenas à burguesia, assim como era nos clássicos onde as princesas monárquicas viviam felizes para sempre. Essa literatura capital realmente me incomoda, já que a maioria de minhas alunas leitoras, e talvez a maioria das leitoras adolescentes brasileiras, não estão dentro desta realidade.

Mas algo que une as meninas, num geral, é o enredo do livro que, como diz a própria Fani para classificar seu tipo de filme favorito, tem como tema central uma "história de amorzinho", já que todas as jovens sofrem ou já sofreram por amor.

Outra boa coisa do livro são as muitas citações de filmes e músicas que a autor faz durante todo o romance, e isso com certeza instigará o público a ir atrás de um pouco mais de cultura, mesmo que seja uma cultura popular e hollywoodiana.

Em alguns momentos desse final de semana retornei à minha adolescência.

No final do livro, Fani diz que não sabe como ela ainda não havia sofrido de desidratação por tanto chorar, e realmente, ela chora tanto durante a estória, que até incomoda; mas por muitas vezes me encontrei no quarto cor-de-rosa, abraçada no travesseiro chorando, chorando, chorando, chorando... porque minha amiga tinha passado o recreio com outra amiga e não comigo, porque minha amiga tinha mandando cartinhas pra todas as outras meninas e não para mim, porque não teria dinheiro para comprar a revista Capricho do mês, porque tinha ido mal em matemática, porque tinha ido bem em matemática, porque meu professor lindo de geografia não tinha ido à escola, porque aquele menino tinha me dado um fora, porque aquele outro menino tinha me dado bola, porque ora meus pais não me entendiam, ora eles me amavam, ora eles só enchiam o saco... e pensei que realmente a adolescência é um preparo para a vida adulta, pois hoje tenho tantos motivos para chorar, e pouco choro!

Se Fani irá se transformar também numa mulher durona, não sei; mas já consigo prever que no final da saga ela será uma cineasta ou roteirista e provavelmente ficará com o Leo, mas se isso realmente vai acontecer, só lendo os próximos 3 livros da série para saber. Portanto, boas leituras para nós!

Paula Pimenta
Fazendo meu filme 1: a estreia de Fani
Editora Gutemberg.
333 páginas

Amizade

Amizade

Não estar só,
Tristeza vira pó.
Juntos num instante
Mesmo tão distantes.

Eterna verdade
Que nunca se desfaz;
Plena felicidade
Que a existência satisfaz.

(13/05/2015)

Conotação e denotação para o 5o. ano

Esse ano tive o prazer de ter uma experiencia única: trabalhar como professora de língua portuguesa com as crianças do último ano do fundamental I, que provavelmente serão meus alunos ano que vem, no primeiro ano do fundamental II.
Em uma das aulas, levei a eles a experiencia poética e a linguagem conotativa. Como esperado, eles amaram, mas não pensava eu, que teria resultados tão felizes ainda em aula. 
Entre eles, terei a liberdade de citar alguns:
"Tristeza é uma dor que poucas vezes tem fim" (Steffani)
"Tristeza é uma faca que se enfia no coração" (Erick)
"Tristeza é como afundar nas águas escuras do mar infinito" (Vinícius)
"Alegria é como voar num céu azul como um bando de periquitos" (Vinícius).
Além disso, após alguns dias, ao término de minha presença no trabalho com a sala, uma das alunas mais tímidas da sala, a qual não quis se manifestar no dia dos trabalhos com poesia, entregou-me tão singela carta, onde gostaria de destacar a poesia criada por ela:

Amizade

Amizade é
Carinho
E não quando
Alguém te deixa sozinho

Amizade é
Amor
E não quando
Alguém te machuca e te deixa com dor.
(Glória Maria de Oliveira Silva)

Obrigada, 5o. ano! E como diz a própria Glorinha em uau carta: Até ano que vem!

Experiencias como essa só reforçam minha crença de que comunicação é tudo, e penas as artes salvam da ignorância!

O monge e o passarinho

E ontem tive a imensa felicidade de discutir literatura em nosso curso de formação, graças ao tema que veio à tona por nossa tutora Judite Junho que teve a extrema sensibilidade de nos trazer o clássico "O monge e o passarinho" de Angela Lago, publicado pela Scipione.
Datado de meados do século XIII, com origem do galaico-português de Alfonso X, reescrito pelo Padre Manoel de Barros, em meio as confusões filosóficas literárias de nosso Barroco brasileiro teve, hoje, a delicada releitura de Ângela Lago. 
Um conto que em primeiro momento parece-nos ingênuo, mas que não sabemos porquê nos toca profundamente; e depois do primeiro impacto nos deparamos com a problemática do tempo interno e do tempo externo de cada um de nós, e principalmente, de como os relacionamentos humanos são atemporais da mesma forma que somos infinitamente insignificantes diante dos séculos.
O próprio texto é atemporal por nos causar tão grandes sentimentos, mesmo após oito séculos de sua criação, sem mencionar a delicada arte pictória de emolduramento sobre emolduramento que a autora faz,  mostrando a sobreposição entre passado e presente, e fazendo com que, através das singelas distorções fotográficas e das cores suaves, o leitor olhe para dentro de si e tente encontrar o seu eixo diante da realidade temporal do Universo.
Impossível não se emocionar!  
Obrigada Judite, por nos trazer precioso tesouro.

Conjugação

Preparando provas, eis que me deparo com tal poema:


CONJUGAÇÃO 
(Affonso Romano de Sant’Anna) 

Eu falo 
Tu ouves 
Ele cala. 

Eu procuro 
Tu indagas 
Ele esconde. 

Eu planto 
Tu adubas 
Ele colhe. 

Eu ajunto 
Tu conservas 
Ele rouba. 

Eu defendo 
Tu combates 
Ele entrega. 

Eu canto 
Tu calas 
Ele vaia. 

Eu escrevo 
Tu me lês 
Ele apaga

O teorema do papagaio

Por muito tempo procurei por este livro que me parece não estar mais sendo editado. Muitos me indicaram sua leitura por ser um livro bastante inteligente que fala de matemática. Não gosto muito de matemática pelo simples fato de não compreendê-la, mas como li há um tempo atrás "O diabo da matemática" e fiquei muito impressionada com a qualidade, a curiosidade em ler "O teorema do papagaio" era grande.

O enredo se desenvolve ao redor do surgimento de um papagaio na casa de uma família francesa atípica, formada por um velho filósofo paraplégico, dono de uma livraria, uma moça de meia idade. que não tem laços de sangue com o dono da casa e seus três filhos adolescentes que tem em seus nascimentos um mistério.

Alem do surgimento do animal, o envio de uma carta por um amigo de faculdade, vinda de Manaus, seguida de uma biblioteca matemática rara para ser confiada às mãos do livreiro, também é um mistério para ser desenrolado.

Esses mistérios, juntamente com a inesperada morte do antigo dono da biblioteca misteriosa, estão diretamente relacionados com a descoberta/não descoberta de 3 teoremas matemáticos não resolvidos durante toda a história da matemática que é exposta no romance desde Tales e sua geometria até a matemática mais moderna.

Os personagens ora tem aspectos de filósofos, ora de matemáticos, ora de detetives; mas muito se engana o leitor ingênuo que cai na artimanha engenhosa do autor em fazer com que os personagens cheguem a pensar que a matemática pode desvendar todos os enigmas da vida.

"O teorema do papagaio" é um romance de mistério, história, filosofia, pedagogia matemática que faz com que as mentes fervam por respostas.

Valeu a pena a espera de sua chegada em minhas mãos. 

Sites de HQs

Para retomar as postagens no blog, nada como a leitura leve de um bom HQ. 

www.dcomics.com
www.marvel.com
www.monica.com.br
www.devir.com.br

Boas leituras!
Retomando o Blog! Sejam todos bem vindos! ;)