A Escrita da
Sobrevivência
Dia 21/09. Um dia qualquer. Mas não para fãs de um dos autores mais conhecidos (e amados) do mundo. Quem é ele? Sim, Mr. King.
Arrisco dizer que
Stephen King é o autor mais querido do nosso tempo. Acho que isso
acontece porque ele transita entre diversos gêneros - terror pelo o
que é mais conhecido, mas também dramas emocionantes. E todos
recheados com ironias e seu humor peculiar. Fora que ele é uma simpatia. Ele não tem nada do terror que carrega nos seus livros.
Hoje venho falar
um pouquinho sobre o livro Misery, um verdadeiro clássico de Stephen King. Hoje há uma edição bem gostosa de ser lida pela Editora Suma de Letras, mas li essa estória em uma edição da antiga Ed. Francisco Alves na década de 80 com o
nome de Angústia.
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Edição lida por mim há muitos anos. Tenho o maior carinho por essa coleção |
Eu tive o privilégio
de ler essa edição quando era adolescente e esse foi meu primeiro
contato com o autor.
Quem ouve o nome dele,
já associa direto ao horror, a fantasmas...mas ao ler Misery, o
leitor mais desavisado terá uma surpresa (das boas!)
Esse livro irá
explorar o horror do ser humano – coisa que King faz com maestria.
A estória que ele nos
conta é a seguinte:
Num quarto de hotel,
após concluir seu último livro, o escritor de romances açucarados,
Paul Sheldon, resolve se dar férias. Após muita bebedeira vem a
estupenda ideia de sair dirigindo por aí ao invés de pegar o avião
para casa. Neva muito mas isso não é impedimento para ele. Porém a
combinação bebida + automóvel + neve só pode ser igual a
desastre. E é isso o que ocorre, um grave acidente que fará com que
suas férias se tornem um verdadeiro livro de terror.
Extremamente ferido e
com as duas pernas quebradas ele
permanece desacordado. Mas
pelo local do acidente passa Annie Wilkes, mulher forte e
determinada que resolve parar e ajudar Paul, tirando -o da estrada
e levando o escritor para sua casa.
Logo, Paul descobre que
Anne é nada mais, nada menos que sua fã nº1. Que sorte a dela ter
encontrado seu autor favorito!
Contudo, a sorte não
estará ao lado de Sheldon.
Aos poucos, ele percebe
que por trás da benevolência que a mulher aparenta, existe uma
Annie muito mais astuta do que se imagina. Para sobreviver, ele terá
que provar pra si mesmo, que contar estórias será a única forma de
continuar vivo.
Angústia, ou Misery, nos
prende desde a primeira página. O nome do livro vem bem a calhar,
pois é essa a sensação que temos desde o início da
leitura.
Ao ver o personagem
machucado torcemos para que o resgate de Annie o faça se recuperar.
Mas porque ela não o
leva ao hospital para que ele seja melhor atendido?
Tão surpresos como
Paul, ficaremos nós leitores com as atitudes da mulher.
Como dito acima, esse
livro não se trata de assombrações mas da perversidade humana.
Annie é o pior tipo de
vilã, a que se traveste de bondade e fingimento mas é uma
verdadeira psicopata.
Dá pra enumerar as
maldades cometidas por ela, mas não vou dar nenhum spoiler, você
terá que ler para acreditar.
Em 1990, foi lançado o
filme Misery – Louca Obsessão – inspirado no enorme sucesso do
livro.
James Caan deu vida ao
personagem Paul Sheldon e Kathy Bates interpreta Annie.
A atriz ganhou diversos
prêmios por sua atuação brilhante, incluindo o Oscar de melhor atriz. Ela rouba a cena, não tem como discordar.
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Ninguém precisa de uma fã dessas |
Bates encarnou a vilã com
perfeição. Um rostinho bondoso que em segundos se torna sombrio. O
diretor acertou em cheio em sua escolha para o papel de Annie Wilkes.
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Linda, não?! Nem parece a mesma pessoa da última foto |
Apesar de algumas
diferenças, o filme é excelente. É o tipo de adaptação que ficou
muito fiel à obra original.
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Annie e seu ídolo. Isso é jeito de demonstrar amor? |
Voltando ao livro, a
estória é um tanto quanto autobiográfica. O personagem ser
escritor (como tantos outros do King - Parece que ele tem uma fixação
em colocar escritores em suas obras como Jack Torrance de O Iluminado
ou Mort Rainey de A Janela Secreta) é apenas uma coincidência entre
outra de maior importância: ele ter sofrido um acidente 12 anos após
concluir Misery. Não, ele não foi resgatado e torturado por uma fã,
mas é assombroso imaginar que a vida imitou a arte!
Diferente do livro, ele
não bateu o carro mas foi atropelado no final dos anos 90 e quase
teve uma das pernas amputadas, fora ferimentos na cabeça e pulmão.
Até pensou em parar de escrever devido as dores, mas para nossa
sorte, se recuperou e hoje aos 71 anos continua sendo o mestre do
horror da nossa geração.
Em Misery, acompanhamos
um pouco do seu processo de escrita. Sabemos que ele usa uma máquina
de escrever até hoje para criar suas estórias (com todas as teclas! Entendedores entenderão)
E só para de escrever
no Dia de Natal, no Dia da Independência e no seu aniversário.
Portanto, hoje,
aproveite seu dia Mr. King! Desejamos muita saúde e anos de vida
para nós, Leitores Constantes, nos deleitarmos com sua estórias.
Salve, Rei!
Um beijo e até a próxima,
Lu.
Lu.
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