E aí? Começaram bem o ano? Lendo muito e escrevendo tudo?
Bom, aqui no Língua, como falamos lá na postagem anterior, Bem vindo 2020 , estamos com a corda toda!
Eu e a Leiloca nos propusemos a escrever pra arrebentar, vamos ver se damos conta, com toda a correria besta do dia-a-dia, sabemos que teremos muitos desafios, mas pensando nisso, nos submetemos a um tema de escrita por semana, portanto, vamos dar inicio com o tema:
O que é descrever?
Descrever é uma ato de escrita onde a pessoa tenta reproduzir, com suas palavras, aquilo que está vendo, utilizando muitos substantivos e adjetivos para explicar uma paisagem, um objeto ou uma pessoa. Geralmente as descrições estão imersas nas narrativas, pois é muito cansativo um texto que seja somente descritivo, mas como estamos falando de um desafio de escrita, então mão na massa!
A vidraça da sala de minha infância
Sempre
gostei dos dias cinzentos.
Era
uma janela com molduras de ferro… na verdade, química é algo que
não dominoo muito bem, mas ao menos o gosto que eu sentia em minha
língua ao passá-la sobre uma das alças de sua trava, tentando
molhar a parte de dentro como a chuva molhava a parte de fora,
parecia de ferro: um sabor acre, seco, que chegava até a garganta
junto com uma textura irregular, dura, gelada. Diferente do cadeado que
tinha gosto de nada e textura de liso. Os cadeados nunca me prenderam
a atenção.
Aquela
dureza, aquela frieza, aquela textura irregular se estabeleciam lá
nas profundezas de mim.
E
encostava as almofadinhas rosadas de minhas bochechas, apertando meu
pequenino nariz de seis anos e minha boca vermelha sem batom (acho
que o uso do batom desgastou o meu vermelho pueril e natural da
infância) contra o vidro frio, tão frio que parecia que a chuva do
lado de fora também o havia molhado do lado de dentro. E ficava ali,
competindo com a chuva pra ver quem se apertava mais contra o vidro,
meu nariz ou suas gotas bravas, pra ver quem conseguiria primeiro
transpor a transparência da vidraça, medindo forças naturais... na
verdade eu só me espelhava nas gotas de chuva, aprendendo a ser como
elas, imitando-as, tentando ser líquida, fluída, transparente,
escorregadia por onde passasse, impegável e, como minha mãe dizia,
quem a pegasse, ficaria doente, ou seja, é preciso ser forte, vibrar
a vidraça, espancando-a torrencial e inabaladamente.
Aquele
cheiro de ferro molhado foi enferrujando meus sentimentos desde muito
sempre.
E
hoje, quando o céu promete chuva cinza, sinto o gosto e o cheiro
enferrujado da minha água interior, e isso acalenta minha alma,
levando-a a fluidez cortante de um vidro estilhaçado.
E vocês? Tem algum cantinho cantinho ou momento de sua infância que te marcou pra sempre? Me conte aí embaixo! E fique ligado que ainda esta semana tem texto da Leila e da Lusia!
Bjks e Boas Leituras!
Bjks e Boas Leituras!
@tworeadergirls
@cristianeolis78
@culinariaehorta
@leilabookcook
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